terça-feira, 31 de agosto de 2010

A origem da palavra Contabilidade

O termo Contabilidade, hoje tão sólido e reconhecido em nosso idioma é muito antigo. A História registra palavras, cada uma em cada idioma, com o sua própria forma etimológico, mas, para nós, em português, o conceito sobre esse conhecimento específico parece ter proveniência de uso da expressão na península Ibérica há cerca de meio milênio.

Há muitos milênios atrás, quando se realizavam registros em argila, na Suméria, nasceu a própria escrita que daria origem ao registro de todas as expressões.

Foi a escrita contábil que gerou a escrita comum, segundo os mais famosos historiadores e especialistas , como Goody.

A Suméria era uma região rica, de comércio intenso, existindo, pois, profissionais que se dedicavam a escriturar os fatos comerciais e industriais, inclusive, segundo descobertas arqueológicas, possuindo escolas de escrituração contábil.

Logicamente, não existiam as expressões Contador e nem Contabilidade, no sentido que hoje empregamos.

O mesmo ocorreu na Grécia e em Roma. Tudo indica, entretanto, que se ligavam as expressões pertinentes ao fato de "registrar".

O conhecimento de escriturar era uma especialidade respeitada e destacada nas sociedades antigas.

Na Suméria os contabilistas possuíam uma denominação específica e que no idioma deles se expressava por "Pa-dub-dar" para os Contadores, superiores e "dub-sar" para os escriturários ou técnicos em registros.

Os estudiosos de etimologia admitem que a expressão Contabilidade, em português, provem do francês "Comptabilité" .

Seria o termo, pois, um galicismo. Sobre isto, entretanto, tenho profundas dúvidas e não disponho de provas convincentes históricas que possam alimentar essa tese.

As obras francesas dos primeiros anos do século XVII, não nos falam da expressão "Comptabilité", mas da forma de manter livros. O mais renomeado autor francês do século XVII, protegido de Colbert, Claude Irson, em sua obra de 1678 escolhe como titulo de seu livro : "Método de bem conduzir todas as sortes de contas em partida dobrada...".

As denominações Contador, Contabilidade, não se acham em uso no idioma francês, tanto nos séculos XVII como XVIII, nos livros mais famosos de nossa (onde se empregava a expressão Guarda Livros como preferencial - "Teneur des livres". Pelos estudos e pesquisas que realizamos entendemos que as origens do termo Contabilidade e Contador, são de berço Ibérico.

Em 2 de Novembro, de 1437, e em 30 de Novembro de 1442, o Rei Dom João II, de Espanha, emite Ordenanças onde se lê as expressões : "Contadoria" e "Contadores". O texto é muito claro : "Yo El Rey fago saber á vos los mis Contadores mayores......".

Tão distintos eram os conceitos de Contas e de Contadores, logo de Contabilidade também, que em 10 de julho de 1554, o Imperador Carlos, de Espanha, edita outra Ordenança, já adotando as expressões "Contadores de Contas" , "Contadoria Geral da Fazenda", "Contadores Principais" e "Oficiais da Contadoria".

Tais termos consagrados na Espanha, com provas históricas desde 1437, não permitem dúvidas quanto ao seu uso e quando às derivações naturais que foram surgindo (uma das derivações, além das apresentadas, é a de Tribunal da Contadoria e que já surge no século XVI e se consubstancia em ordenança em 1602 e que também fala de três classes de Contadores).

Pelo emprego das palavras, pelas provas que possuímos em decorrência de nossas pesquisas, somos induzidos a crer que tudo parece contribuir para aceitar-se a origem da expressão Contabilidade como Ibérica, ou seja, na Espanha.

Qual a origem da Contabilidade

Os primeiros vestígios de atividade contábil situam-se em por volta de 8.000 a.C., em Uruk, cidade da antiga Mesopotâmia, no território atual do Iraque. Uruk era um centro da civilização sumeriana. Esses primeiros registros contábeis constituíam-se em fichas de barro, guardadas em receptáculos de barro, que eram utilizadas na contagem do patrimônio. Por exemplo, uma ficha de barro poderia representar um boi. Se esse boi fosse transferido para outra pastagem, ou fosse mandado para ser tosqueado, ou fosse emprestado, a sua ficha seria igualmente transferida para um outro receptáculo de barro, registrando dessa forma a transação e auxiliando o controle do patrimônio por parte do proprietário. Dessa forma, um único evento contábil (por exemplo, um empréstimo de um boi) envolveria dois receptáculos de barro, um que forneceria uma ficha e outro que receberia esta ficha.

Após a criação das fichas
de barro para o controle da contabilidade, houve a criação de tábuas com escritos cuneiformes, para a contabilização de pão, cerveja, materiais e trabalho escravo, em Uruk e Ur, também na Suméria. Dessa forma, a invenção da escrita pelo homem está intimamente ligada ao surgimento da Contabilidade.

Tábua de pedra calcária registrando a fundação de um templo em Larsa, na antiga Suméria, em 1820 a.C. Exemplo de escrita cuneiforme.


O antigo Egito também contribuiu com grandes avanços na ciência contábil, principalmente devido à necessidade do governo de organizar a arrecadação de impostos. Os antigos egípcios inovaram ao efetuar os registros contábeis utilizando valores monetários, no caso o shat de ouro e prata.


Na antiga Grécia, a burocracia da cidade de Micenas mantinha arquivos que registravam, em placas de barro, lançamentos de impostos, propriedade territorial, reservas agrícolas, inventários de escravos, de cavalos, de carros de guerra e de peças desses carros. A escrita utilizada era a Linear B.


Plantação de oliveiras na Grécia. As oliveiras eram consideradas um valioso patrimônio pessoal na Grécia antiga

Com o desenvolvimento da democracia grega, os governantes eleitos passaram a ter que prestar contas de como utilizavam os recursos públicos, através de demonstrações contábeis inscritas em pedra.

Os antigos romanos se preocupavam em registrar cuidadosamente o seu patrimônio pessoal, utilizando tábuas de cera gravadas com estiletes pontiagudos para rascunhos, que em seguida eram transcritos para papiros ou pergaminhos.


A nível de administração governamental, os romanos tinham a figura do Contador Geral do Estado, que controlava as finanças imperiais, e era um dos mais importantes funcionários da máquina.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Contabilidade e Gestão Empresarial – A Controladoria

Com a globalização da economia se torna necessário o desenvolvimento de novas práticas de gestão com a finalidade de tornar as empresas competitivas no tanto no mercado internacional como nacional mesmo porque as empresas possuem a missão de prover as sociedades com produtos e serviços destinados a satisfazerem as necessidades da humanidade.

Podemos definir empresa como unidade produtora que visa criar riquezas, transacionando em dois mercados, um fornecedor e outro consumidor.

A empresa deve ser vista como um sistema aberto, pois ela interage com a sociedade tanto a influenciando como sendo influenciada pela sociedade.

Os sistemas abertos não podem ser adequadamente compreendidos isoladamente, mas sim pelo inter-relacionamento entre diversas variáveis internas e externas, que afetam seu comportamento o desenvolvimento desta prática é o que leva aos gestores terem a terem uma visão sistêmica da empresa.

Toda a empresa deve ter uma missão, esta deve refletir a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa pode oferecer para o bem estar da sociedade.

As empresas são compostas pelos subsistemas elencados a seguir:

• Institucional: missão, crenças e valores.

• Administração: planejamento, controle, gerenciamento, mecanismo de controle.

• Organização: estrutura, autoridade, responsabilidade, adequação da estrutura, adaptação e modificação.

• Produção: modus operandi por área funcional.

• Psico/sócio/político e cultural: cultura e comportamento na empresa.

• Informação: suporte ao planejamento e controle e questionamentos como: qual a informação /como / onde/ como?

Para ajudar a organização a atingir seus objetivos surgiu a controladoria que combina técnicas de gestão empresarial com técnicas de contabilidade e de outros ramos de estudos como psicologia, estatística entre outras. A controladoria é voltada para a eficácia da empresa e tem como missão zelar pela a continuidade da empresa assegurando a otimização do resultado global.

A controladoria é vista como um órgão administrativo que tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório, sendo suas responsabilidades e atividades básicas o planejamento, controle, informação, contabilidade e demais funções empresariais.

Cada organização tem o seu modelo de gestão que determina como a empresa atua, enfrentam seus desafios, este modelo também determina uma estrutura organizacional que possibilite uma correta delegação das atividades. Como conseqüência, temos a minimização da incerteza, eficácia dos gestores, determinação dos controles.

O gestor responsável pelo departamento de controladoria tem o nome de Controller e atua como um maestro, sua principal função é gerenciar um eficiente sistema de informação e fazer com que as atividades alcancem resultados superiores se que se trabalhassem independentes. O Controller tem ainda como tarefa manter o executivo principal da companhia informado sobre os rumos que ela deve tomar, aonde pode ir e quais os caminhos que devem ser seguidos.

O Processo de Tomada de Decisão é uma seqüência lógica de etapas que expressam como os gestores buscam as soluções para os problemas da empresa e percorre as seguintes fases: definição do problema, obtenção dos fatos, formulação das alternativas e ponderação e decisão.

Em toda empresa temos um Sistema de Informação Contábil- Gerencial que é composto pelos seguintes subsistemas do qual a Controladoria como departamento é responsável.

• Orçamento: O subsistema orçamentário é a resultante final de um processo muito abrangente e participativo da programação operacional, de produção, vendas, custos, despesas e investimentos que envolvem todos os setores da empresa.

• Custos: objetivo do subsistema de custos é apurar os custos unitários dos produtos fabricados pela empresa, e também os custos das atividades envolvidas na produção. O sistema de apuração de custos deve estar preparado para gerar e fornecer informações para um grande leque de necessidades de tomada de decisões. Para cada tipo de decisão há a necessidade de um tipo de custo.

• Contabilidade: o subsistema de contabilidade geral do qual faz parte contabilidade societária e fiscal é o coração da contabilidade legal ou sistema de informação contábil, este subsistema quando bem estruturado facilitará a construção dos demais subsistemas.

O que podemos concluir é que a controladoria tem um papel de extrema importância na gestão da empresa, pois a sua maior missão é estabelecer os modelos de decisão, sistemas de informações e mensuração do que é executado através de uma unidade monetária. Todas essas ações conduzirão os gestores a uma correta decisão e cumprimento dos objetivos e missão da empresa.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Perito Contábil: Desafios e Oportunidades

Uma função que necessita constante aprimoramento, a Perícia Contábil vem atraindo cada vez mais a atenção dos profissionais de Contabilidade. O perito contador, contratado pelas partes ou indicado pelo juiz para fazer laudos sobre um determinado caso, é essencial para a solução de litígios na Justiça.

Pela definição da Norma Brasileira de Contabilidade, a perícia contábil é “o conjunto de procedimentos técnicos, que tem por objetivo a emissão de laudo sobre questões contábeis, mediante exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação ou certificado.”

Perito é o Contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiência, da matéria periciada.

O perito é a pessoa nomeada pelo juiz ou pelas partes (em caso de perícia extrajudicial).

NO JUDICIÁRIO

A Justiça recorre ao perito contábil quando o juiz necessita de um laudo profissional especializado ou para atender ao pedido de uma das partes envolvidas no processo. Muitas perícias na área da Contabilidade são hoje requeridas principalmente na parte de revisão de encargos financeiros contra bancos, também referentes ao Sistema Financeiro Habitacional, e demais questões como leasing, condomínios, entre outros. A perícia é um meio de prova previsto no Direito, assim como a documental, a testemunhal e a do depoimento pessoal.

O perito contábil, além da condição legal, da capacidade técnica e da idoneidade moral, tem uma responsabilidade enorme, já que suas afirmações envolvem interesses e valores consideráveis.

No caso de perícia judicial, o prazo estabelecido para a conclusão dos trabalhos, fixado pelo juiz, deve ser cumprido pelo perito-contador como forma de não obstar a celeridade processual. O perito-contador assistente deve cumprir o prazo fixado em lei, para suas manifestações sobre o laudo pericial, de forma a não prejudicar a parte que o indicou.

PERÍCIA X AUDITORIA

A principal diferença entre auditoria e perícia é que a auditoria opera através de um processo de amostragem, e a perícia sobre um determinado ato, ligado ao patrimônio das entidades físicas ou jurídicas, buscando a apresentação de uma opinião através do laudo pericial.

O perito contador atua sobre um caso litigioso, envolvendo duas partes, enquanto que o auditor desenvolve seu trabalho para uma entidade privada ou pública que o contrata para apreciar e emitir parecer sobre controles internos ou demonstrações financeiras.

COMPETÊNCIA PROFISSIONAL

A perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a arbitral, é de competência exclusiva de Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade.

Competência profissional pressupõe ao perito-contador e ao perito-contador-assistente demonstrar capacidade para pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no laudo pericial e no parecer pericial contábil.

O contador, na função de perito, deve manter adequado nível de competência profissional, atualizado sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), além das técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia. Na opinião de Xavier, os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação e certificação. A Perícia desenvolve-se como um campo de atuação bastante importante para os contadores, na medida em que há uma grande responsabilidade no trabalho.

Durante o processo da perícia, três profissionais podem atuar concomitantemente, pois o autor e o réu podem indicar assistentes técnicos para acompanharem o perito indicado pelo juiz. O perito do juiz faz o laudo e submete aos assistentes. Caso um deles discorde, faz um laudo em separado.

COMPROVAÇÃO DE HABILITAÇÃO

O perito-contador e o perito-contador assistente devem comprovar sua habilitação profissional mediante apresentação de certidão específica, emitida por Conselho Regional de Contabilidade, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.

RESPONSABILIDADE DE PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS

As despesas de perícia fazem parte dos custos processuais, cabendo ás partes prover tais despesas, antecipando-lhe o valor, que ficará consignado em juízo.

EXAMES

O perito contábil utilizará, em seus exames, dos registros e demonstrações contábeis (livros diário e razão), podendo, também, servir-se de outros elementos para produção de provas.

RESPONSABILIDADE E ZELO

O perito-contador e o perito-contador assistente devem conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais, às quais estão sujeitos no momento em que aceitam o encargo para a execução de perícias contábeis judiciais, extrajudiciais e arbitrais.

CONTRATAÇÃO DE ESPECIALISTAS

O perito-contador e o perito-contador assistente, são responsáveis também pelos trabalhos realizados por especialista contratado para a realização de parte da perícia que exija conhecimento específico em outras áreas do conhecimento humano. Tal obrigação assumida pelo perito perante o julgador ou contratante não exime o especialista contratado da responsabilidade pelo trabalho executado.

A utilização de serviços de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto da perícia assim o requerer, não implica presunção de incapacidade do perito-contador e do perito-contador assistente, devendo tal fato ser, formalmente, relatado no Laudo Pericial Contábil ou no Parecer Pericial Contábil para conhecimento do julgador, das partes ou dos contratantes.

São exemplos de trabalho de especialista: programador de computador para desenvolvimento de programas para perícias, inclusive para liquidação de sentenças em ações trabalhistas, apuração de haveres, aferição de diferenças do Sistema Financeiro de Habitação; atuários; especialista contábil em partes específicas da perícia, entre outros.

NORMAS

As normas da profissão e da atividade do perito contábil são disciplinadas pelas seguintes NBC`s:

NBC T 13 – Normas Técnica da Perícia Contábil.

NBC P 2 – Normas Profissionais de Perito Contábil.

sábado, 21 de agosto de 2010

O Perfil do Contabilista no Século XXI

A presença do contabilista é cada vez mais imprescindível para a sociedade e para as organizações, sejam elas de finalidade lucrativa ou não.

A principal característica desta profissão, no século XXI, será o conhecimento aplicado. Não menos importante, é que o contabilista precisa ser um profissional flexível, autodidata e preparado para enfrentar desafios de uma profissão na qual a competição e exigências crescem a cada dia.

Sua função, neste século, pode ser considerada a de um gestor de informações. Seu conhecimento deve ser amplo, compreendendo as normas internacionais de contabilidade, legislação fiscal, comercial e correlatas.

Outras habilidades imprescindíveis são: capacidade de se expressar de forma clara e sintética, ótima redação, domínio de recursos de informática (planilhas, textos, internet) e conhecimentos de estatística.

O contabilista precisa conhecer e utilizar-se de relações humanas, além de técnicas de administração. Não pode ficar alheio ao mundo que o cerca, e precisará ler continuamente, tornando-se um autodidata por excelência. Precisa ser ético, ter capacidade de inovar e criar, desenvolvendo também sua capacidade de adaptação - pois mudanças fazem parte do cenário empresarial e corporativo.

A área de atuação do profissional contábil é bastante ampla, oferecendo inúmeras alternativas de trabalho. Dentre algumas áreas, além da tradicional atuação na prática de escrituração contábil, destacam-se:

1. Perícia Contábil - apuração de haveres, lucros cessantes, impugnações fiscais e avaliação de patrimônio líquido.

2. Auditoria: exame e emissão de pareceres sobre demonstrações financeiras, controles internos e gestão.

3. Fiscal: fiscalização de contribuintes ou de contas de entes públicos.

4. Gestão de Empresas – administração de finanças, custos e fluxo de caixa e empreendimentos de qualquer porte.

5. Gestão Pública – atuação em áreas de planejamento, finanças, administração e contabilidade pública.

6. Atuarial - área estatística ligada a problemas relacionados com a teoria e o cálculo de seguros.

7. Consultoria – aos 3 setores da sociedade (iniciativa privada, governos e ONG´s).

8. Ensino – atuação em dezenas de disciplinas como Contabilidade Rural, Contabilidade de Custos ou Orçamento Público.

Em resumo: o contabilista do século XXI é um profissional multidisciplinar e sua profissão caracteriza-se pela modernidade e variedade em campos de atuação.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Papel da contabilidade na empresa.

É comum que, ao ouvir a palavra “contabilidade”, muitos associem este termo ao departamento contábil de uma empresa ou às práticas de escrituração e elaboração das demonstrações exercidas pelos contabilistas.

Ocorre que, de maneira lastimável, esse objetivo tão bem definido pelos grandes mestres da teoria da contabilidade acaba, na prática, entrando em conflito com uma realidade onde a contabilidade torna-se um mero instrumento para atender a exigências fiscais, especialmente nas micro e pequenas empresas.

Enquanto na maioria dos países considerados desenvolvidos as informações geradas pela contabilidade nas empresas pequenas são voltadas para o empresário, no Brasil percebe-se um quadro no qual os procedimentos contábeis são realizados quase que exclusivamente para a prestação de contas com o Fisco. Muitas vezes essas informações geradas para o usuário externo em questão nem mesmo condizem com a realidade patrimonial, objetivando desonerar ilegalmente a empresa de suas obrigações tributárias (ou, em palavras mais simples e menos eufenistas: sonegar ou omitir recente).

A questão é: Como pode um empresário tomar decisões sem ter conhecimento sobre sua real situação patrimonial, financeira e econômica? A resposta, caro leitor, é muito simples: Ele não pode, pelo menos não de maneira eficiente.

Talvez a sorte ou até mesmo o perfil empreendedor e um bom feeling façam com que a empresa consiga sobreviver por algum período sem essas informações, mas a longo prazo essa escassez de conhecimentos básicos para a tomada de decisão poderá levar aquela entidade a se tornar mais um caso nas estatísticas de mortalidade de MPEs.

Existe uma metáfora sobre a importância da contabilidade como ferramenta gerencial que compara uma empresa sem contabilidade à um barco perdido no meio do oceano e sem bússola. Eu não sei quem foi o autor desta translação, até mesmo por já ter-la lido em diversos artigos e livros de autores diferentes, mas seja quem for, foi bastante feliz ao fazer essa comparação.

Afinal, o mercado é de fato um oceano (e bem tempestuoso, diga-se de passagem) e a empresa nunca saberá que direção seguir sem a “bússola” das informações contábeis.